Novamente clima de tensão em Brasília.

Investidores locais seguem atentos às movimentações em Brasília, principalmente no que diz respeito ao relacionamento do ministro da Economia Paulo Guedes e do presidente Jair Bolsonaro. Os dois seguem tentando encontrar uma saída para o impasse em torno do valor estipulado para o pro...

Marlon Scatolin 26/08/20 às 16:34
Novamente clima de tensão em Brasília.

Investidores locais seguem atentos às movimentações em Brasília, principalmente no que diz respeito ao relacionamento do ministro da Economia Paulo Guedes e do presidente Jair Bolsonaro. Os dois seguem tentando encontrar uma saída para o impasse em torno do valor estipulado para o programa Renda Brasil. O mercado espera que Guedes sustente uma versão que respeite a situação fiscal do país.

No exterior, os investidores estão em compasso de espera, aguardando o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, marcado para amanhã.

Tensão novamente em Brasília, brasileiros seguem atentos ao cenário em Brasília, principalmente no relacionamento entre Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro.

Preocupados com o desequilíbrio das contas públicas, o mercado observa as tratativas entre planalto e Economia para a implementação do Renda Brasil. O anúncio do programa foi adiado devido a um impasse entre o presidente Bolsonaro e o ministro com relação ao valor do benefício. Além disso, há dúvidas também sobre a forma de financiamanto do programa.

Outro fato que desagradou os investidores foi a ausência do ministro Paulo Guedes no lançamento do programa Casa Verde e Amarela, uma reformulação do Minha Casa, Minha Vida. No evento, Bolsonaro também chamou o atual presidente da Caixa Econômica Federal de PG2, aumentando a desconfiança dos investidores.

Também é motivo de tensão a divisão dos R$ 5 bilhões destinados ao Pró-Brasil - programa de obras de infraestrutura do governo. O ministério da Economia apresentou uma proposta que destina metade dos recursos aos parlamentares, mas, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, o presidente não concorda com a repartição. O risco é que um valor menor prejudique o governo no Congresso.

A cautela com o cenário político brasileiro se somou ao mau humor dos investidores no exterior com dados mais fracos do que o esperado da economia americana, puxando o Ibovespa para o campo negativo, mesmo diante de uma melhora nas relações sino-americanas.

O principal índice da bolsa brasileira teve queda de 0,18% e as ishares em 0,84% de alta indo na contra-mão. O dólar teve um dia de alívio, caindo 1,16%, a R$ 5,5272 no spot.

As bolsas globais exibem uma tendência mais acomodada, em compasso de espera pelo discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que acontece amanhã. A expectativa é que o chefe do BC americano fale sobre a perspectiva econômica e o futuro da política monetária americana, após os dados fracos exibidos pela maior economia do globo ontem - o índice de confiança do consumidor caiu pelo segundo mês consecutivo, acendendo um sinal de alerta sobre a retoma da atividade.

Enquanto os investidores aguardam, as bolsas asiáticas tiveram um comportamento misto durante a madrugada. Sem maiores motivadores na Europa, as bolsas do continente não exibem grande fôlego e também operam de forma mista. Nos Estados Unidos os índices futuros operam próximos da estabilidade, com apenas o Nasdaq avançando mais do que seus pares.

Na agenda de hoje pela manhã temos, o Congresso deve promulgar a PEC do Novo Fundeb, que foi aprovada ontem pelo Senado.

O Banco Central fará dois leilões de linha ed até US$ 1,5 bilhões, com vencimento em setembro.

Na agenda de indicadores, destaque para os estoques de petróleo nos Estados Unidos 11:30.

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