Esperança de novos estímulos.

Alguns países europeus e estados americanos voltam a intensificar as medidas de isolamento social para conter a segunda onda da pandemia do coronavírus. Embora necessária, os mercados não gostam da situação, já que a economia global também deve ver um segundo baque de efeitos negat...

Marlon Scatolin 18/11/20 às 14:01
Esperança de novos estímulos.

Alguns países europeus e estados americanos voltam a intensificar as medidas de isolamento social para conter a segunda onda da pandemia do coronavírus. Embora necessária, os mercados não gostam da situação, já que a economia global também deve ver um segundo baque de efeitos negativos, retardando a recuperação.

É por isso que os agentes financeiros voltam a torcer por uma injeção... De estímulos. A esperança é que a piora do cenário econômico volte a obrigar uma atuação mais forte dos bancos centrais e governos. No Brasil, o retorno dos investidores estrangeiros à B3 anima os negócios. Em dia de agenda esvaziada, o andamento das pautas econômicas em Brasília deve ganhar peso.

A retomada da economia mundial está ameaçada pela segunda onda de coronavírus. Na Europa e nos Estados Unidos, medidas de restrição de circulação e isolamento social são novamente adotadas e, ainda que exista progresso nesse campo, uma vacina ainda deve demorar para imunizar uma parcela considerável da população.

A atividade econômica deve sentir o baque mais uma vez e essa perspectiva não anima os investidores e, por isso, o ânimo limitado para negócios mais arriscados.

O cenário estimula o desejo de que os governos e bancos centrais voltem a atuar na economia, com estímulos fiscais e monetários.

Nos Estados Unidos, o impasse nas negociações de um pacote já dura meses. O mesmo acontece na União Europeia, onde desavenças impedem que o pacote de 1,8 trilhão de euros avance. Dados da inflação na zona do euro, que se encontra longe da meta do Banco Central Europeu (BCE) e caiu 0,3% em outubro, reforça a ideia de que será preciso novos estímulos.

Com a esperança em uma 'vacina' por parte dos bancos centrais e governos, as bolsas europeias inverteram o sinal e operam em altas moderadas.

Nos Estados Unidos, enquanto um acordo no Congresso não sai, as esperanças foram jogadas no colo do Federal Reserve. O mercado espera que a autoridade monetária ajude a economia pro meio de aquisição de títulos de Treasuries.

Durante a madrugada, as bolsas asiáticas fecharam sem direção definida, também repercutindo uma melhora nos números da economia chinesa. Os índices futuros acompanham a melhora do cenário na Europa e também operam em leve alta.

Ontem, a cautela do mercado internacional não pareceu abalar o Ibovespa, que voltou ao seu maior patamar desde fevereiro.

O principal índice da bolsa brasileira terminou o dia em alta de 0,8%.O dólar seguiu a tendência global de queda e fechou a sessão em queda de 1,97%, aos R$ 5,3305 no spot.

A razão para a animação do mercado doméstico está na leitura de que o investidor estrangeiro voltou a olhar para a bolsa brasileira.

Ainda é cedo para entender se essa é uma tendência que veio para ficar, mas, por enquanto, o mercado reage positivamente aos mais de R$ 18 bilhões injetados na bolsa brasileira em novembro pelos investidores internacionais.

Na agenda de hoje o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem tido uma semana agitada e volta a falar em evento virtual nesta quarta-feira. Campos Neto participa de evento do Itaú BBA (10h).

Dirigentes dos BCs internacionais também estão programados para hoje - com representantes do Federal Reserve e do Banco da Inglaterra no radar.

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